Todo mundo sabe da mediocridade que impera na maior parte dos círculos sociais.
Digo "mediocridade" no sentido mais extenso da palavra, ousando ainda acrescentar mais dois elementos que complementam essas funestas relações que se estabelecem cotidianamente entre a maioria dos seres humanos: a hipocrisia e a superficialidade.
Após muitas noites de sono perdidas em função de encontros regados à vinho e música, o que aliás acho um grande programa, tenho refletido sobre a quantidade de tempo (e de maquiagem, especificamente no meu caso) que gastamos discutindo sobre problemas insolucionáveis e filosofias de almanaque, como meio de nos perdoarmos pela nossa própria falta de profundidade.
A verdade cruel é que ando saturada desses encontros "silogisticos", das conversas intermináveis sobre tudo e das inúmeras soluções fáceis encontradas, que todo mundo julga indispensáveis à sociedade, mas que ninguém tem coragem de levantar um dedo para implementar. Como diz o bom paraense - É só papo !
Nesse mundo chato do "politicamente correto", nos encontramos em meio a uma imensidão de contradições diárias, mergulhando mais e mais num oceano dividido entre winners e loosers, em práticas de um consumo doentio, no tratamento diferenciado para aqueles que (aparentemente) "venceram na vida" que invariavelmente nos exibem como troféus os seus enormes carros importados, seus apartamentos luxuosos e suas mulheres lindas e entediadas.
Realmente ando cansada dessa mediocridade que vige esses tempos cruéis, por que as verdades "absolutas" saída das bocas desses "gurus sociais" não me dizem nada.
O que vejo e escuto, na maioria das vezes, é a mais pura baboseira.
Senão, o que dizer das pessoas que ainda não conseguiram o seu tão sonhado "lugar ao sol", não ganham fortunas ou acumulam prestígio, mas que vivenciam em seus cotidianos experiências incríveis, conhecem grandes autores, entendem que o ser humano e a vida em sociedade é cheia de complexidades, admiram a perfeição de uma obra de arte e a essência do artista que a produziu, que viajam com o intuito de conhecer e não de comprar.
Viva essas pessoas ! Viva aqueles que ainda conseguem ter pensamentos livres de modismos, vivenciam emoções genuínas e que ainda não foram contaminados por essa lógica capitalista cruel e destruidora.