Como sabemos que estamos prontos pra uma nova fase em nossas vidas ?
Às vesperas do tão afamado "Reveillon" que vem do verbo francês "Revellier" ou melhor "despertar", fico me perguntando se realmente despertamos pra uma nova etapa a cada final de ano.
É evidente que a maioria das pessoas nunca para pra pensar nisso, por que preferem viver sem questionar algumas atitudes nas quais já estão "viciadas", por que não conseguem se concentrar em algo mais produtivo ou simplesmente, por que o "reveillon" significa somente um momento em que enchemos a cara, nos vestimos de branco, nos abraçamos com pessoas estranhas e damos vivas a um futuro idealizado, que na verdade pode se transformar numa grande emboscada, se não ocorrerem mudanças efetivas em nossas vidas.
Pensar de forma mais aprofundada no que se quer do futuro, requer além de grande festa e otimismo, uma boa dose de coragem pra se olhar no espelho e reconhecer que mudanças são necessárias de tempos e tempos.
Como boa taurina que sou reconheço minha enorme dificuldade de lidar com mudanças. Talvez por isso, essa comemoração seja sempre tão sofrida pra mim. Simplesmente detesto essa data !
Como já cantei em verso e prosa, o ano de 2011 foi complicadíssimo. Passei o tempo todo, ora rezando pra que ele acabasse, ora me lamentando das coisas ruins que me aconteceram. Nesse movimento destrutivo, acabei também por não aproveitar o que de bom me aconteceu. Estava somente focada em minhas mágoas.
Tenho plena consciência de que este tipo de atitude não é nada saudável. Contudo, agora nos momentos finais desse ano "fatídico", comecei a gostar dele.
É uma sensação estranha essa vontade de fazer que este ano fique marcado em mim.
É uma vontade meio doentia de fazer com que ele me lembre das grande falhas que venho cometendo há muito tempo. E como a minha maior falha, elejo o fato de não ter sido muito amável comigo mesma. Fui sempre muito legal com todos e sempre "me deixei" de lado. Talvez esperando recompensas, talvez por pura desatenção mesmo.
A moral dessa história toda é que somente através dessas inúmeras revelações trazidas à tona em 2011, finalmente eu consegui perceber que existe em mim um caminho ensolarado para mudanças efetivas na vida que tenho levado até agora. E com certeza pretendo seguí-lo.
Sendo assim, o meu projeto pra o ano que se aproxima é criar coragem de finalmente trilhar sozinha o meu caminho ensolarado.
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
Namore uma garota que lê.
Querido, procure namorar uma garota que gasta seu dinheiro em livros ao invés de comprar cada vez, mais e mais, bugigangas.
Todo mundo sabe que a garota que lê também tem problemas com o espaço do armário, mas é só porque tem livros demais.
Namore uma garota que tem uma lista de livros que quer ler e que possui um cartão de biblioteca desde os doze anos.
Como você vai encontrar uma garota que lê ?
É simples. Você saberá que ela lê porque vai ver que ela sempre tem um livro na sua bolsa.
Ela é aquela que olha amorosamente para as prateleiras da livraria e a única que surta (ainda que em silêncio) quando encontra o livro que quer.
Você está vendo uma garota estranha cheirar as páginas de um livro antigo em um sebo?
Essa é uma leitora. Aquela que nunca resiste a cheirar as páginas dos livros antigos, especialmente, quando elas já estão amareladas.
Ela é aquela garota que lê enquanto espera em um café na rua. Se você reparar em sua xícara, verá que a espuma do leite ainda flutua por sobre a bebida, porque ela está absorta num plano de sonhos e contentamento. Perdida em um mundo criado pelos autores.
Então, sente-se. Se quiser ela poderá vê-lo de relance, porque a maior parte das garotas que lêem não gosta de ser interrompida bruscamente. Precisam te observar primeiro, se isso acontecer e ela, finalmente, perceber você, pergunte se ela está gostando do livro.
Aí, compre para ela outra xícara de café e diga o que realmente pensa sobre o Saramago, sobre Kafka, Drumond. Descubra se ela foi além do primeiro capítulo da Irmandade. Entenda que, se ela diz que compreendeu o Ulisses de James Joyce, é só para parecer muito inteligente e te impressionar. Pergunte se ela gostaria ou não de ser a Alice de Carroll.
É fácil namorar uma garota que lê. Ofereça livros no aniversário dela, no Natal e em comemorações de namoro.
Ofereça ainda o dom das palavras contidas na poesia, na música. Ofereça Neruda, Pound, Cummings, Baudellaire e deixe que ela saiba que todas essas palavras são de amor e que você as compreende também.
Perceba que ela sabe a diferença entre os livros e a realidade, mas sempre que for possível ela vai tentar fazer com que a vida de vocês se pareça com um Conto de Fadas, ou com o seu romance favorito. Isso por que se ela tem que se arriscar na realidade, de alguma forma, vai preferir que tudo seja lindo, sensível e emotivo.
Aí, você vai perceber que a necessidade de mentir é diferente de algo mau, é diferente de ser falso. Ela vai simplesmente fazer você compreender a sintaxe das coisas, percebendo que na vida sempre deve existir motivação, valores, nuances, enfim, diálogo.
E isto, definitivamente, não é o fim do mundo.
Se, porventura, você desiludi-la. Saiba que uma garota que lê sempre sabe que o fracasso é que leva ao clímax. Essas garotas sabem que todas as coisas boas uma hora chegam ao fim. Mas, que sempre se pode escrever uma continuação.
E que até mesmo você, pode ter uma segunda chance e recomeçar, quem sabe, se transformando num herói.
É que na vida sempre há vilões, mas com a chegada do mocinho, tudo se torna esperançoso e atraente.
Por que ter medo de tudo o que você não é? As garotas que lêem sabem que as pessoas, tal como as personagens, crescem, evoluem. Exceto as da série Crepúsculo, concorda ?.
Se você encontrar uma garota que lê, é melhor mantê-la sempre por perto. Você pode querer conversar sobre coisas relevantes, sobre coisas que realmente interessam ao ser humano.
Quando encontrá-la acordada às duas da manhã, chorando e apertando um livro contra o peito, prepare uma xícara de chocolate quente e abrace-a. Ela falará como se as personagens do livro fossem reais – até porque eles são mesmo.
E você poderá perdê-la por um par de horas, mas fique certo que ela sempre, sempre voltará para você.
Você deve declarar seu amor a ela em um balão de ar quente ou durante um concerto ao ar livre ou num show de rock talvez, ou até mesmo casualmente, na próxima vez que ela estiver doente, ou se der, pelo Skype, por que elas realmente sabem dar valor a esses momentos únicos.
Garotas que lêem são românticas por natureza.
E vocês dois vão sorrir tanto que acabarão por se perguntar por que é que coração de vocês ainda não explodiu de tanta felicidade. Vocês farão juras de amor perfeitamente corretas e justapostas e escreverão a linda história das suas vidas e terão crianças com nomes estranhos e gostos mais estranhos ainda.
E ela vai apresentar os seus filhos ao Gato de Botas e o Leão Aslam, talvez no mesmo dia e aí, vocês vão atravessar juntos todos os invernos, vivendo poemas, dançando ao ar livre, escutando músicas de compositores dos quais vocês sabem toda biografia e quando o tempo da velhice chegar, ela recitará Keats só pra você, enquanto as arvores lá fora sussurram, tal qual Brönte descreveu em seu Morro dos Ventos Uivantes.
Namore uma garota que lê porque você merece. Um homem esperto sempre merece uma garota que lê, por que ela pode dar a vida mais colorida que alguém pode imaginar.
Se ao contrário, você só puder oferecer-lhe monotonia, horas requentadas e propostas meia-boca, então você estará melhor sozinho. Mas se quiser o mundo, e muitos outros mundos por aí a fora, namore uma garota que lê, ou se anda quiser fazer melhor, namore uma garota que lê e que também escreve.
Todo mundo sabe que a garota que lê também tem problemas com o espaço do armário, mas é só porque tem livros demais.
Namore uma garota que tem uma lista de livros que quer ler e que possui um cartão de biblioteca desde os doze anos.
Como você vai encontrar uma garota que lê ?
É simples. Você saberá que ela lê porque vai ver que ela sempre tem um livro na sua bolsa.
Ela é aquela que olha amorosamente para as prateleiras da livraria e a única que surta (ainda que em silêncio) quando encontra o livro que quer.
Você está vendo uma garota estranha cheirar as páginas de um livro antigo em um sebo?
Essa é uma leitora. Aquela que nunca resiste a cheirar as páginas dos livros antigos, especialmente, quando elas já estão amareladas.
Ela é aquela garota que lê enquanto espera em um café na rua. Se você reparar em sua xícara, verá que a espuma do leite ainda flutua por sobre a bebida, porque ela está absorta num plano de sonhos e contentamento. Perdida em um mundo criado pelos autores.
Então, sente-se. Se quiser ela poderá vê-lo de relance, porque a maior parte das garotas que lêem não gosta de ser interrompida bruscamente. Precisam te observar primeiro, se isso acontecer e ela, finalmente, perceber você, pergunte se ela está gostando do livro.
Aí, compre para ela outra xícara de café e diga o que realmente pensa sobre o Saramago, sobre Kafka, Drumond. Descubra se ela foi além do primeiro capítulo da Irmandade. Entenda que, se ela diz que compreendeu o Ulisses de James Joyce, é só para parecer muito inteligente e te impressionar. Pergunte se ela gostaria ou não de ser a Alice de Carroll.
É fácil namorar uma garota que lê. Ofereça livros no aniversário dela, no Natal e em comemorações de namoro.
Ofereça ainda o dom das palavras contidas na poesia, na música. Ofereça Neruda, Pound, Cummings, Baudellaire e deixe que ela saiba que todas essas palavras são de amor e que você as compreende também.
Perceba que ela sabe a diferença entre os livros e a realidade, mas sempre que for possível ela vai tentar fazer com que a vida de vocês se pareça com um Conto de Fadas, ou com o seu romance favorito. Isso por que se ela tem que se arriscar na realidade, de alguma forma, vai preferir que tudo seja lindo, sensível e emotivo.
Aí, você vai perceber que a necessidade de mentir é diferente de algo mau, é diferente de ser falso. Ela vai simplesmente fazer você compreender a sintaxe das coisas, percebendo que na vida sempre deve existir motivação, valores, nuances, enfim, diálogo.
E isto, definitivamente, não é o fim do mundo.
Se, porventura, você desiludi-la. Saiba que uma garota que lê sempre sabe que o fracasso é que leva ao clímax. Essas garotas sabem que todas as coisas boas uma hora chegam ao fim. Mas, que sempre se pode escrever uma continuação.
E que até mesmo você, pode ter uma segunda chance e recomeçar, quem sabe, se transformando num herói.
É que na vida sempre há vilões, mas com a chegada do mocinho, tudo se torna esperançoso e atraente.
Por que ter medo de tudo o que você não é? As garotas que lêem sabem que as pessoas, tal como as personagens, crescem, evoluem. Exceto as da série Crepúsculo, concorda ?.
Se você encontrar uma garota que lê, é melhor mantê-la sempre por perto. Você pode querer conversar sobre coisas relevantes, sobre coisas que realmente interessam ao ser humano.
Quando encontrá-la acordada às duas da manhã, chorando e apertando um livro contra o peito, prepare uma xícara de chocolate quente e abrace-a. Ela falará como se as personagens do livro fossem reais – até porque eles são mesmo.
E você poderá perdê-la por um par de horas, mas fique certo que ela sempre, sempre voltará para você.
Você deve declarar seu amor a ela em um balão de ar quente ou durante um concerto ao ar livre ou num show de rock talvez, ou até mesmo casualmente, na próxima vez que ela estiver doente, ou se der, pelo Skype, por que elas realmente sabem dar valor a esses momentos únicos.
Garotas que lêem são românticas por natureza.
E vocês dois vão sorrir tanto que acabarão por se perguntar por que é que coração de vocês ainda não explodiu de tanta felicidade. Vocês farão juras de amor perfeitamente corretas e justapostas e escreverão a linda história das suas vidas e terão crianças com nomes estranhos e gostos mais estranhos ainda.
E ela vai apresentar os seus filhos ao Gato de Botas e o Leão Aslam, talvez no mesmo dia e aí, vocês vão atravessar juntos todos os invernos, vivendo poemas, dançando ao ar livre, escutando músicas de compositores dos quais vocês sabem toda biografia e quando o tempo da velhice chegar, ela recitará Keats só pra você, enquanto as arvores lá fora sussurram, tal qual Brönte descreveu em seu Morro dos Ventos Uivantes.
Namore uma garota que lê porque você merece. Um homem esperto sempre merece uma garota que lê, por que ela pode dar a vida mais colorida que alguém pode imaginar.
Se ao contrário, você só puder oferecer-lhe monotonia, horas requentadas e propostas meia-boca, então você estará melhor sozinho. Mas se quiser o mundo, e muitos outros mundos por aí a fora, namore uma garota que lê, ou se anda quiser fazer melhor, namore uma garota que lê e que também escreve.
Desconstruções - Por Martha Medeiros
Quando a gente conhece uma pessoa, construímos uma imagem dela.
Esta imagem tem a ver com o que ela é de verdade, tem a ver com as nossas expectativas e tem muito a ver com o que ela "vende" de si mesma.
É pelo resultado disso tudo que nos apaixonamos. Se esta pessoa for bem parecida com a imagem que projetou em nós, desfazer-se deste amor, mais tarde, não será tão penoso.
Restará a saudade, talvez uma pequena mágoa, mas nada que resista por muito tempo.
No final, sobreviverão as boas lembranças.
Mas se esta pessoa "inventou" um personagem e você caiu na arapuca, aí, somado à dor da separação, virá um processo mais lento e sofrido: a de desconstrução daquela pessoa que você achou que era real.
Desconstruindo Flávia, desconstruindo Gilson, desconstruindo Marcelo.
Milhares de pessoas estão vivendo seus dias aparentemente numa boa, mas por dentro estão desconstruindo ilusões, tudo porque se apaixonaram por uma fraude, não por alguém autêntico.
Ok, é natural que, numa aproximação, a gente "venda" mais nossas qualidades que defeitos. Ninguém vai iniciar uma história dizendo: muito prazer, eu sou arrogante, preguiçoso e cleptomaníaco. Nada disso, é a hora de fazer charme.
Mas isso é no começo. Uma vez o romance engatado, aí as defesas são postas de lado e a gente mostra quem realmente é, nossas gracinhas e nossas imperfeições.
Isso se formos honestos. Os desonestos do amor são aqueles que fabricam idéias e atitudes, até que um dia cansam da brincadeira, deixam cair a máscara e o outro fica ali, atônito.
Quem se apaixonou por um falsário, tem que desconstruí-lo para se desapaixonar.
É um sufoco. Exige que você reconheça que foi seduzido por uma fantasia, que você é capaz de se deixar confundir, que o seu desejo de amar é mais forte do que sua astúcia.
Significa encarar que alguém por quem você dedicou um sentimento tão nobre e verdadeiro não chegou nem a existir, tudo não passou de uma representação – e olha, talvez até não tenha sido por mal, pode ser que esta pessoa nem conheça a si mesma, por isso ela se inventa.
A gente resiste muito a aceitar que alguém que amamos não é, e nem nunca foi, especial. Que sorte quando a gente sabe com quem está lidando: mesmo que venha a desamá-lo por que um dia, tudo o que foi construído se manterá de pé.
Esta imagem tem a ver com o que ela é de verdade, tem a ver com as nossas expectativas e tem muito a ver com o que ela "vende" de si mesma.
É pelo resultado disso tudo que nos apaixonamos. Se esta pessoa for bem parecida com a imagem que projetou em nós, desfazer-se deste amor, mais tarde, não será tão penoso.
Restará a saudade, talvez uma pequena mágoa, mas nada que resista por muito tempo.
No final, sobreviverão as boas lembranças.
Mas se esta pessoa "inventou" um personagem e você caiu na arapuca, aí, somado à dor da separação, virá um processo mais lento e sofrido: a de desconstrução daquela pessoa que você achou que era real.
Desconstruindo Flávia, desconstruindo Gilson, desconstruindo Marcelo.
Milhares de pessoas estão vivendo seus dias aparentemente numa boa, mas por dentro estão desconstruindo ilusões, tudo porque se apaixonaram por uma fraude, não por alguém autêntico.
Ok, é natural que, numa aproximação, a gente "venda" mais nossas qualidades que defeitos. Ninguém vai iniciar uma história dizendo: muito prazer, eu sou arrogante, preguiçoso e cleptomaníaco. Nada disso, é a hora de fazer charme.
Mas isso é no começo. Uma vez o romance engatado, aí as defesas são postas de lado e a gente mostra quem realmente é, nossas gracinhas e nossas imperfeições.
Isso se formos honestos. Os desonestos do amor são aqueles que fabricam idéias e atitudes, até que um dia cansam da brincadeira, deixam cair a máscara e o outro fica ali, atônito.
Quem se apaixonou por um falsário, tem que desconstruí-lo para se desapaixonar.
É um sufoco. Exige que você reconheça que foi seduzido por uma fantasia, que você é capaz de se deixar confundir, que o seu desejo de amar é mais forte do que sua astúcia.
Significa encarar que alguém por quem você dedicou um sentimento tão nobre e verdadeiro não chegou nem a existir, tudo não passou de uma representação – e olha, talvez até não tenha sido por mal, pode ser que esta pessoa nem conheça a si mesma, por isso ela se inventa.
A gente resiste muito a aceitar que alguém que amamos não é, e nem nunca foi, especial. Que sorte quando a gente sabe com quem está lidando: mesmo que venha a desamá-lo por que um dia, tudo o que foi construído se manterá de pé.
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