segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Poema Invictus - Sir Willian Henley

Do fundo desta noite que persiste
A me envolver em breu - eterno e espesso,
A qualquer Deus - se algum acaso existe,
Por minh’alma insubjugável, agradeço.

Nas garras do destino e seus estragos,
Sob os golpes que o acaso atira e acerta,
Nunca me lamentei - e ainda trago
Minha cabeça - embora em sangue - ereta.

Além deste oceano de lamúria,
Somente o Horror das trevas se divisa;
Porém o tempo, a consumir-se em fúria,
Não me amedronta, nem me martiriza.

Por ser estreita a senda - eu não declino,
Nem por pesada a mão que o mundo espalma;
Eu sou dono e senhor de meu destino;
Eu sou o comandante de minha alma."

A exata noção da morte - Da Série Inédita "Alguns Pensamentos"

Que sensações são essas que surgem de repente em mim?
Não são misteriosas impressões
São velhos e conhecidos sentimentos que provém de minha própria dor

Nascem pálidas e se espalham
Aparentam não ser fortes, por que chegam devagar
São melancolias que me dominam

Me dando a sofrida medida do tempo e a devida chaga que marca
Que me deixa mais forte ao suportar
Essas dores intensas, esse rio doce de lágrimas

Que sensações são essas que me invadem na escuridão ?
Buscando uma luz que me cega
Que me banham em líquido espesso
Que me carregam como andor pesado
Que me fazem contorcer ao flutuar

Que me transtorna e me faz correr
Que procura em mim flores, que de tão desbotadas, há muito arranquei

Ter a exata noção da morte advém da idéia da vida
Qual vida terei se te fores ?

Morrerei ?
Não ! Resistirei
Para conceber a exata noção da morte
Que acabaste por plantar em mim.

Insistência - Da Série Inédita "Desabafos"

Por vezes me pergunto, por que insisto em amores que me destroem ?
Que me consomem e que me encharcam de lágrimas
Por que insisto em amores sem intimidade ?
Daqueles que não deixam nada, só árida paisagem.
Daqueles que se esvaem com o tempo

O teu medo da intimidade
O meu medo da rejeição
Somos duas almas apenadas
Mortas há muito tempo atrás

Que insistem em cruzar um caminho comum
Que insistem trilhar uma estrada de obstáculos
Tentando uma linha reta, na areia que se move
No charco que nos deixa, a cada dia, mais frios

Estrangeiros - Da Série Inédita "Desabafos"

Que estranhos caminhos nossas vidas têm tomado
Você tão longe e pensando na volta
Repleto de coisas pra contar

E eu fincada numa terra que não é minha
Nunca foi

Que estranha sensação de desolação
Mesmo quando dizemos coisas sérias
Coisas maduras...........Planos, Sonhos !

Que distorção é essa que me faz te ver de tão perto
Sabendo que nunca mais ficaremos lado a lado
Por que a espera ?

Por que deito, choro, passo horas remoendo um passado negro
E um futuro só

Quando sonho, penso no dia
Mas ele sempre é triste
Como uma manhã despontando deserta
Como uma tarde melancólica perto do mar

Que estranha terra é essa ?

A Melhor Coisa do Mundo: Descobrir como realmente somos !

Conforme falei anteriormente, escrever este blog é uma tarefa prazerosa, mas extremamente árdua. Talvez por que ser imparcial ou não deixar que a paixão domine minha razão e interfira na minha escrita seja uma questão difícil para mim.
Quero acreditar que sou fria, calculista e determinada em meus julgamentos e em minhas decisões, mas sempre descubro que não sou.
Estou começando a questionar a minha escolha pela ciência (mesmo que política), pois para ser um cientista é preciso "torturar dados para que eles falem", como diria um professor que amo.
E eu, definitivamente, não tenho o perfil dos "torturadores", por que me comovo, por que busco entender as razões dos outros, por que quase sempre levo em consideração outras variáveis.
Não sou uma pessoa disposta a tudo pra satisfazer meus anseios pessoais, nem quero provar que sou moralmente superior à ninguém.
Não tenho tempo pra pensar nisso, nem quero pensar no que os outros fazem ou deixam de fazer de suas vidas.
A propósito, ontem sofri um decepção terrível, me senti traída por pessoas que amo e tento respeitar acima de tudo e ainda assim, mesmo que tudo aponte para a comprovação da existência de armadilhas, estratégias (e pior, muita maledicência envolvida) pra me desequilibrar, eu ainda estou preferindo acreditar que tudo isso não passa de um grande engano.
Contudo, não acho que essa postura faz parte da "Nova Silvia", que eu, atualmente (e à duras penas) tento construir.
Na verdade, eu acho que apesar do cinismo com que digo que não acredito em quase ninguém, sempre reinou em mim, uma Silvia pacífica, emotiva, disposta a acreditar no bem e na sinceridade das pessoas, até mesmo diante de seus maiores enganos, o que me leva a crer que sou um ser diferente da daquilo que sempre julguei ser.
Existe em mim, uma outra Silvia, camuflada por ares de autoridade exagerada e de segurança irritante.
Não tenho tempo pra elucubrações nesse sentido, mas hoje, em particular, despertei com uma tranquilidade inquieta, uma necessidade de dizer a todas essas pessoas que me magoaram, um enorme OBRIGADA!
Obrigada por me fazer refletir sobre as minhas condutas desnecessárias!,
Obrigada por me forçar a ver que posso ter outras perspectivas e que só cabe a mim realizá-las!, Obrigada por me revelar que existem outras pessoas que podem me amar verdadeiramente!,
Obrigada por me fazer enxergar a linha tênue que existe entre as "boas intenções" (das quais o inferno está cheio!) e as grandes injustiças!,
E enfim, Oorigada por me fazer reconhecer, finalmente, que sou melhor (pelo menos nesse sentido), por que sempre me coloco acima de mesquinharias e malícias.
Definitivamente, hoje será um dia melhor !